Síndrome de Quervain
O que é?
A Tendinite, Tenossinovite ou Síndrome de De Quervain é uma inflamação que afeta os tendões do punho que se dirigem para o polegar, nomeadamente os tendões do abdutor longo e extensor curto do polegar, na zona onde atravessam uma bainha fibrosa espessa, que constitui o primeiro compartimento extensor do punho. A inflamação da bainha causa um aumento no volume e uma estenose (estreitamento) do diâmetro interior onde deslizam os tendões, por isso são comprimidos. A estenose ocorre no canal do ligamento transverso do carpo, chamado o primeiro compartimento dorsal. Nesse primeiro túnel, passam dois tendões chamados de extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar. Pode ser comum no punho de praticantes de diversas modalidades esportivas como tênis, squash, artes marciais e musculação.
Causas
As atividades que mais frequentemente causam a síndrome de De Quervain são jogar, digitar, fazer crochê e costurar. A origem pós-traumática é uma causa rara, mas depois de uma queda, é possível desenvolver essa patologia. Algumas doenças que podem trazer o problema são: reumatismo, distúrbios imunológicos, doenças metabólicas, infecções e alterações hormonais.
Movimentos repetitivos da mão ou do pulso podem agravar o problema e os principais sintomas são dor e sensibilidade no pulso, geralmente abaixo da base do polegar. A inflamação da bainha do extenso curto e abdutor longo do polegar geralmente afeta pessoas de 45 a 65 anos, geralmente afeta as mulheres.
Sintomas
Os sintomas começam com um desconforto na base do polegar, principalmente ao realizar movimentos laterais do punho com o polegar dobrado. A dor pode aparecer de maneira gradual ou repentina. A área lateral do punho é dolorosa ao ser palpada e pode existir um aumento de volume no local, isso é resultado do aumento de produção de líquido sinovial. Por se localizar próximo ao rádio (osso do punho) e ter a consistência endurecida, algumas vezes esse abaulamento pode ser confundido com um tumor ósseo. Em alguns casos, pode ser percebido ao toque o atrito dos tendões ao se realizar movimentos do punho. Geralmente, no início, os sintomas são piores pela manhã, ou nos primeiros movimentos após despertar. Isso porque durante a noite as mãos se tornam mais inchadas, pela redistribuição dos líquidos no corpo, já que durante o dia eles se acumulam nas pernas (pela ação da gravidade).
Numa fase avançada, o paciente não consegue segurar objetos ou realizar qualquer movimento que utilize o polegar. Nessa fase o paciente se sente mais confortável quando imobiliza o punho e o polegar.
Tratamentos
O tratamento pode incluir medicação, fisioterapia ou terapia ocupacional, em raros casos, cirurgia. Quando iniciado de assim que aparecem os primeiros sintomas, o tratamento costuma ser bem-sucedido.
- Exercício físico: em caso de lesão, praticar uma atividade que evite usar o grupo muscular ou articulação lesionados pode ajudar a manter a disposição física durante a recuperação.
- Tala: estabilizar e proteger a articulação lesionada.
- Medicamentos: anti-inflamatórios não esteroides: alivia a dor, diminui a inflamação e reduz a febre.
- Corticoide: modifica ou simula efeitos hormonais, muitas vezes para reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual.
- Alongamento: exercícios de alongamento podem melhorar a flexibilidade e a condição física.
- Fisioterapia: restaura a força e a função muscular por meio de exercícios.
- Terapia Ocupacional: readaptação do movimento, prevenção de agravos e treino funcional.
- Cirurgia: indicada somente quando todas as tentativas de tratamento falharem.